Minarete amarelo - Aquarela de Monteiro Lobato
A história do velho Belenzinho não estaria completa, se aqui não se falasse de um edifício, que passou à história da literatura nacional, imortalizado por Monteiro Lobato. Trata-se do famoso "Minarete", que aparece em A Barca de Gleyre, livro que condensa a correspondência do pai do Jeca Tatu com Godofredo Rangel, durante quarenta anos, fato virgem nas letras. Naquele livro, o criador de Emília, a boneca falante, assim descreve a bucólica mansão:
"Minarete era como chamávamos o chalezinho amarelo da Rua 21 de Abril, no Belenzinho, uma rua sem calçamento, toda sebe de espinheiros. Devia haver, mas não me lembro, casas por lá, afora o chalezinho do Minarete, centro de um terrenão de Chácara. Uns cinqüenta metros de frente, cerca viva com o portão de ferro no centro – o clássico portão de ferro com pilastras de tijolos e vasos em forma de urna em cima. Dentro dos vasos, essas pobres plantinhas que lembram pés de ananas, mirradas, atrofiadas, impedidas de crescer pela angústia do espaço para raízes. No mais, laranjeiras, ameixeiras, creio que um pé de romã, o coqueiro ao lado, a horta e uma grande paineira à esquerda. Era ali a toca do Rangel, que pagava por ela 20 mil réis por mês."
Conta, Godofredo Rangel, que um dia lá apareceu Ricardo Gonçalves e tão encantado ficou, lá na sacada, com a vista agreste, o coqueiro ao lado e a paineira, que exclamou, numa expansão:
– Mas é uma torre, Rangel! Veja que amplidão de vista se descortina! Uma torre – Minarete!... E você é um muezim...
Aos poucos, foram aparecendo os demais: Monteiro Lobato, Raul de Freitas, Artur Ramos, Lino Moreira, Tito Lívio Brasil, Albino de Camargo, Cândido Negreiros, Júlio Costa, José Antônio Nogueira. Muitas vezes, saíam do Minarete (que ficava perto da Rua Cesário Alvim) à meia-noite, não para farras, mas para irem apreciar os efeitos do luar no Tietê, no alto do bairro, perto de uma fábrica de vidros.
"Minarete era como chamávamos o chalezinho amarelo da Rua 21 de Abril, no Belenzinho, uma rua sem calçamento, toda sebe de espinheiros. Devia haver, mas não me lembro, casas por lá, afora o chalezinho do Minarete, centro de um terrenão de Chácara. Uns cinqüenta metros de frente, cerca viva com o portão de ferro no centro – o clássico portão de ferro com pilastras de tijolos e vasos em forma de urna em cima. Dentro dos vasos, essas pobres plantinhas que lembram pés de ananas, mirradas, atrofiadas, impedidas de crescer pela angústia do espaço para raízes. No mais, laranjeiras, ameixeiras, creio que um pé de romã, o coqueiro ao lado, a horta e uma grande paineira à esquerda. Era ali a toca do Rangel, que pagava por ela 20 mil réis por mês."
Conta, Godofredo Rangel, que um dia lá apareceu Ricardo Gonçalves e tão encantado ficou, lá na sacada, com a vista agreste, o coqueiro ao lado e a paineira, que exclamou, numa expansão:
– Mas é uma torre, Rangel! Veja que amplidão de vista se descortina! Uma torre – Minarete!... E você é um muezim...
Aos poucos, foram aparecendo os demais: Monteiro Lobato, Raul de Freitas, Artur Ramos, Lino Moreira, Tito Lívio Brasil, Albino de Camargo, Cândido Negreiros, Júlio Costa, José Antônio Nogueira. Muitas vezes, saíam do Minarete (que ficava perto da Rua Cesário Alvim) à meia-noite, não para farras, mas para irem apreciar os efeitos do luar no Tietê, no alto do bairro, perto de uma fábrica de vidros.
Fonte: Memória de São Paulo
Literatura do Minarete cobre o período de 1900 a 1904, quando Monteiro Lobato dividia com Ricardo Gonçalves e Godofredo Rangel, entre outros colegas do curso de Direito, a república do Minarete, um casarão localizado no bairro paulistano do Belenzinho. São textos da mocidade que revelam um escritor ainda em fase de amadurecimento, mas cujo estilo claro e direto já contém os traços da irreverência e ironia que marcariam toda a sua obra.
Fonte: Editora Globo
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Literatura do Minarete cobre o período de 1900 a 1904, quando Monteiro Lobato dividia com Ricardo Gonçalves e Godofredo Rangel, entre outros colegas do curso de Direito, a república do Minarete, um casarão localizado no bairro paulistano do Belenzinho. São textos da mocidade que revelam um escritor ainda em fase de amadurecimento, mas cujo estilo claro e direto já contém os traços da irreverência e ironia que marcariam toda a sua obra.
Fonte: Editora Globo
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Amei o blog. Repassei o endereço. Espero poder voltar a ler s/belas e interessantes postagens. Grata.
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