segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Família Jafet, 125 anos em São Paulo



Quando o imperador d. Pedro II visitou o Líbano, em 1876, encorajou um grupo de libaneses a vir “tentar a sorte” no Brasil. Mais velho de seis irmãos, o professor universitário Nami Jafet ficou encantado com essa possibilidade, após se encontrar pessoalmente com o brasileiro. Onze anos mais tarde, os Jafets começavam a chegar a São Paulo.

Para comemorar os 125 anos de Brasil, os cerca de 600 descendentes dos primeiros Jafets que aportaram no País vão se reunir no próximo sábado para um almoço – fechado para convidados – no Clube Monte Líbano, na zona sul. “Os Jafets todos são bons, têm bom coração. Queremos beneficiar o mundo com o coração, não só com o dinheiro”, afirma a matriarca da família, Violeta Jafet, de 104 anos – que será a grande homenageada da festa.

O primeiro Jafet
O primeiro dos irmãos da família a chegar ao Brasil foi Benjamin, em 1887. Ele trouxe produtos europeus, a maioria deles adquirida em Marselha, na França, e passou por diversas cidades mascateando. No mesmo ano, se estabeleceu na cidade de São Paulo, onde abriu a primeira loja da colônia árabe na Rua 25 de Março. No ano seguinte, ganhou a companhia de seu irmão Basilio – que é o pai de Violeta.

Mas o império da família seria construído na região do Ipiranga. “Era uma época em que aquela região tinha apenas mato. Eles compraram uma área enorme, 120 mil metros quadrados”, conta o engenheiro civil Benjamin Jafet Neto, de 75 anos. Era 1906 e nascia a Fiação, Tecelagem e Estamparia Ipiranga Jafet.

Dali em diante, a história da família passou a ser parte da história do desenvolvimento paulistano. Hoje, a cidade tem mais de dez ruas com nomes de integrantes da família. Eles construíram parques, igrejas, escolas, casas para centenas de funcionários e suntuosos casarões. Um deles é o palacete de Basilio, na Rua Bom Pastor – com vitrais em estilo art nouveau, pisos marchetados e mármores Carrara espalhados por seus 50 cômodos.

A família Jafet foi fundamental na fundação do Clube Sírio, Clube Atlético Monte Líbano, do Clube Monte Líbano do Rio, da Liga das Senhoras Ortodoxas, da Igreja Ortodoxa Antioquina do Brasil e da Catedral Metropolitana Ortodoxa, entre outras instituições.

Construções no Ipiranga

Os Jafets também estiveram por trás das obras de tratamento das águas do Rio Tamanduateí, da construção de quatro pavilhões do Hospital Leão XIII – atual São Camilo – e da construção da Escola Cardeal Motta. Nem a ciência foi esquecida: após sua morte, Basilio Jafet legou parte de seu patrimônio à Universidade de São Paulo (USP).

Sem dúvida, o principal marco da família é o Hospital Sírio-Libanês, reconhecido pela excelência até hoje. Em 1921, a libanesa Adma Jafet – mãe de Violeta – reuniu 27 mulheres da comunidade árabe em sua casa, no Ipiranga, para criar um hospital. Nascia a Sociedade Beneficente de Senhoras do Sírio-libanês. Dois anos depois, foi comprado o terreno. Em 1931, a pedra fundamental da obra era lançada.

Adma não conseguiu ver a instituição pronta, seu sonho realizado. O Sírio-libanês foi inaugurado em 1961, sob a presidência de Violeta Jafet – que ocupou o cargo por 50 anos. Hoje, ela é presidente de honra e também integra o conselho da instituição.

Categoria: Patrimônio
EDISON VEIGA

Fonte da Notícia: Estadão

Residência de Luiz Antônio Gasparetto

No início dos anos 2000, o médium e psicólogo Luiz Antonio Gasparetto adquiriu o palacete para servir como sua residência. O imóvel foi então restaurado de acordo com o projeto original e sofreu algumas intervenções a fim de adaptá-lo ao modo de vida moderno respeitando o tombamento do edifício. As obras de restauro ficaram a cargo da arquiteta Josanda Ferreira e foram concluídas em 2009, quando Gasparetto passou definitivamente a residir no local até sua morte em 3 de maio de 2018.


Saiba mais sobre o Palacete Rosa





Ver Casas Históricas Paulistanas num mapa maior
Ver Casas Históricas Paulistanas num mapa maior