segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Casa modernista do arquiteto Gregori Warchavchik, Vila Mariana



Em 1927, em função de seu casamento, começa a construir para si, na rua Santa Cruz, bairro de Vila Mariana, em São Paulo, aquela que seria considerada a primeira casa modernista do país, concluída em 1928. O projeto, a construção, a decoração, os interiores, os móveis e as peças de iluminação, são de autoria do arquiteto. Mina Klabin Warchavchik, além de prover financeiramente a obra, também colaborou com o projeto paisagístico para o jardim - eventualmente também considerado o primeiro projeto paisagístico moderno do país, embora tal afirmação também encontre divergências.

Muitos foram os obstáculos para tal empreendimento, desde a aprovação da fachada pela prefeitura até a disponibilidade do material desejado e o emprego da mão-de-obra. Para conseguir a aprovação dos “censores de fachadas” da Prefeitura de São Paulo, Warchavchik teve de apresentar um projeto ligeiramente camuflado com ornatos. Mas, ao começar a construção, alegou falta de recursos para tais acabamentos e assim a casa ficou conforme seu ideal - livre de rebuscamento, estuques e cornijas.

A beleza da fachada terá que resultar da racionalidade do plano da disposição interior, como a forma da máquina é determinada pelo mecanismo que é a sua alma. Manifesto número um da “Moderna Arquitetura Brasileira”.

Com esse projeto, surge uma das polêmicas mais importantes do movimento moderno, provocado pelo arquiteto Dácio de Morais, que o criticava em artigos do Correio Paulistano. Também no Correio, em 1928, Warchavchik responde às críticas com o artigo “Arquitetura Nova”, no qual encontra-se o seguinte trecho:

Marquise da casa modernista, incluída na reforma de 1934.Não querendo copiar o que na Europa está se fazendo, inspirado pelo encanto das paisagens brasileiras, tentei criar um caráter de arquitetura que se adaptasse a esta região, ao clima e também às antigas tradições desta terra. Ao lado de linhas retas, nítidas, verticais e horizontais, que constituem, em forma de cubos e planos, o principal elemento da arquitetura moderna, fiz uso das tão decorativas e características telhas coloniais e creio que consegui idear uma casa muito brasileira, pela sua perfeita adaptação ao ambiente. O jardim, de caráter tropical, em redor da casa, contém toda a riqueza das plantas típicas brasileiras

Fonte: Wikipedia

Quem foi:



Arquiteto de origem russa que se radicou no Brasil a partir de 1923, conhecido como o introdutor da arquitetura moderna no Brasil. Nascido em 1896 em Odessa, onde iniciou seus estudos em arquitetura. Em 1918 obteve o grau de arquiteto no Instituto Superior de Belas Artes de Roma. Trabalhou durante dois anos com o importante arquiteto italiano Marcello Piacentini, com quem realizou diversas obras na Itália. Em 1927, realizou o projeto da residência da Rua Santa Cruz, Vila Mariana em São Paulo, considerada a primeira casa modernista no Brasil, que surge como uma revolução no panorama arquitetônico paulistano. Escreve diversos manifesto polêmicos na imprensa da época, sempre defendendo o movimento moderno em detrimento do provincianismo da arquitetura que aqui se realizava. Nos anos 30, associa-se ao arquiteto carioca Lucio Costa quando projetam diversos conjuntos habitacionais no Rio de Janeiro. Deixou uma grande obra construída, sendo hoje das mais importantes referências para o estudo da arquitetura moderna no Brasil.



Rua Santa Cruz, 325, Vila Mariana, São Paulo, SP
Fone: (11) 5083.3232
Aberta de terça a domingo, das 9 às 17h
Visita orientada. Entrada franca.

Fotos da Casa Modernista, por Plínio Dondon





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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Casa do maestro Fúrio Franceschini, Ipiranga

O imóvel, na Av. Nazaré 366,  foi a primeira edificação residencial construída em 1916 na Avenida Nazaré por Tito Oliani, construtor de outras obras no bairro, dentre elas, a Igreja Matriz de São José do Ipiranga.

Neste imóvel, o Maestro Furio Franceschini, que também foi organista, professor, musicólogo e compositor, constituiu não apenas a residência de sua família, mas também, um local de relevantes produções artísticas, como as suas mais de quatrocentas obras musicais e seus livros didáticos. 

Tornou-se local de encontros de várias personalidades de nossa cultura, dentre eles, Mario de Andrade, Oswald de Andrade e ainda, alunos que se revelaram expoentes na música, como Guiomar Novaes, Dinorah de Carvalho e Ângelo Camin. O consagrado Maestro Furio Franceschini, casado com Dna. Maria Angelina Vicente de Azevedo Franceschini, filha do Conde José Vicente de Azevedo.

Quem foi: 

O maestro Furio Franceschini nasceu em Roma (Itália) em 4 de abril de 1880 e faleceu em São Paulo em 15 de abril de 1976. Chegou ao Brasil em 9 de novembro de 1904 como regente assistente de uma companhia lírica italiana. Estudou na Academia Santa Cecília, em Roma, e teve outros mestres como Capocci, Mouquet, Widor e D'Indy.

Professor, organista e compositor, teve como alunos, além do Pe. Tallarico, Guiomar Novaes, Dinorá de Carvalho e Ângelo Camin. Recusou em duas ocasiões o convite para suceder seu professor Capocci como mestre-de-capela na Basílica São João de Latrão, em Roma. Autor de mais de 600 títulos para diversas formações, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Música, ocupando a cadeira 28, cujo patrono é Ernesto Nazareth. Antecedeu Pe. João Lyrio Tallarico como mestre-de-capela da Catedral da Sé.

Casa no Ipiranga. Foto: Audi Coelum
Inauguração do órgão na Catedral da Sé. Foto: Audio Coelum



Fontes: Resolução Conpresp e Audi Coelum


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