Rua do Rosário, que se chamaria da Imperatriz, após 1846, e 15 de Novembro, com a proclamação da República em 1889. (mais ou menos 1850). Fonte: Skyscrapercity |
Era uma casa velha, pintada de verde, com uma porta que dava para a rua e outra que dava para o beco, guardando a intimidade dos frequentadores com providenciais “meias-portas”. Ali funcionou, entre 1850 e 1860, um dos primeiros cafés da cidade de São Paulo. Ficava na Rua da Imperatriz, esquina com o Beco do Colégio. O freguês chegava, empurrava as folhas das portas e entrava numa sala com vigas e ripas aparentes. No meio do recinto havia uma mesa grande e encardida, constantemente servida pela proprietária do local, Maria Punga.
Mulata e gorda, ela, na verdade, chamava-se Maria Emília Vieira. Mas os fregueses lhe botaram o apelido, e assim ela e seu estabelecimento ficaram conhecidos. Maria usava uma toalha na cabeça, argola de ouro e um ramo de arruda nas orelhas. Era amiga de homens poderosos que frequentavam o lugar.
Seu café era famoso. Ela mesma torrava e socava os grãos num pilão velho. Mas a receita que a tornou célebre estava na maneira de coar, apenas três canecos de cada vez. Enquanto esperavam e conversavam com conhecidos, os fregueses costumavam comer quitutes, bolos de fubá, broinhas de polvilho, bolinhos de tapioca. Pouco menos de cinquenta anos depois, no último quartel do século XIX, a maneira artesanal de fazer e consumir café na cidade havia mudado de maneira radical.
Estabelecimentos como o de Maria Punga passaram a conviver com casas mais sofisticadas, que tinham balcões de mármore, mesas redondas e cadeiras de palhinha. Nessas novas casas, eram servidos docinhos franceses, bombons, sorvetes de chocolate, pudins caramelados, pães-de-ló e, quem diria, pão com manteiga, uma iguaria consumida somente pelos que podiam pagar o alto preço do trigo e da manteiga importada.
Mulata e gorda, ela, na verdade, chamava-se Maria Emília Vieira. Mas os fregueses lhe botaram o apelido, e assim ela e seu estabelecimento ficaram conhecidos. Maria usava uma toalha na cabeça, argola de ouro e um ramo de arruda nas orelhas. Era amiga de homens poderosos que frequentavam o lugar.
Seu café era famoso. Ela mesma torrava e socava os grãos num pilão velho. Mas a receita que a tornou célebre estava na maneira de coar, apenas três canecos de cada vez. Enquanto esperavam e conversavam com conhecidos, os fregueses costumavam comer quitutes, bolos de fubá, broinhas de polvilho, bolinhos de tapioca. Pouco menos de cinquenta anos depois, no último quartel do século XIX, a maneira artesanal de fazer e consumir café na cidade havia mudado de maneira radical.
Estabelecimentos como o de Maria Punga passaram a conviver com casas mais sofisticadas, que tinham balcões de mármore, mesas redondas e cadeiras de palhinha. Nessas novas casas, eram servidos docinhos franceses, bombons, sorvetes de chocolate, pudins caramelados, pães-de-ló e, quem diria, pão com manteiga, uma iguaria consumida somente pelos que podiam pagar o alto preço do trigo e da manteiga importada.
Fotne: Revista de História da Biblioteca Nacional
Visualizar Google Street View (vista da região). Casas históricas paulistanas em um mapa maior
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Olá, Hélio. Parabéns pela pesquisa e pela reportagem. Gostei muito de conhecer mais sobre a Taverna da Maria Punga. Sabia que os estudantes da Academia eram assíduos frequentadores do lugar. Beijo.
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