sábado, 27 de novembro de 2010

Palacete Família Santos Dumont, Campos Elíseos

Casa do Santos Dumont, 2006 - Museu da Energia - Campos Elíseos - SP


O casarão foi por muitos anos residência de Henrique Santos Dumont, filho de Henrique Dumont, o Rei do Café - e irmão de Alberto, o inventor do avião. É um dos poucos imóveis do século XIX ainda existentes em São Paulo, e se localiza nos Campos Elíseos - o primeiro bairro destinado a moradias de luxo em São Paulo, arruado em 1879. Antes, a elite paulistana morava em pleno Centro Velho (o Triângulo), nos vetustos sobrados em estilo colonial. Nos Campos Elíseos, se iniciou o modelo de habitação de luxo em estilo eclético, com amplos jardins. Nos exemplares mais antigos, como a casa de Santos Dumont, a implantação se dá no alinhamento da rua, enquanto que posteriormente, a residência passou a ser implantada no centro do lote, afastada da rua.

Como moradia de um dos homens mais ricos do Brasil, o palacete foi decorado com o que havia de melhor na época, no Brasil e no mundo. Madeiras nobres, mármores italianos, pastilhas de mosaico veneziano revestindo o piso do jardim, uma profusão de magníficas pinturas murais - com filetes de ouro - e de papéis de parede importados recobrindo as paredes de praticamente todos os cômodos.

Após a morte de Henrique Santos Dumont, o imóvel foi vendido e adaptado para abrigar o Colégio Stafford, um internato - destino semelhante ao de vários outros palacetes dos Campos Elíseos.  Ao longo dos anos, foram construídos vários anexos do colégio no enorme terreno do imóvel, os principais sendo um prédio para as salas de aula e diretoria, em estilo eclético, projeto do escritório de arquitetura Presgrave & Mello,  e uma pequena residência para a proprietária do Colégio. O Casarão em si foi transformado em dormitório das alunas.

Depois de abrigar por décadas o Colégio Stafford, o imóvel passou a ser ocupado pela Sociedade Pestalozzi, tendo sido desapropriado pelo Governo do Estado e emprestado para a Sociedade. Os problemas começaram quando a Sociedade Pestalozzi se mudou para a Vila Guilherme, e o casarão ficou abandonado. Em 1983, foi invadido pela primeira vez pelos sem-teto, que aí permaneceram até 1990, quando o Governo do Estado conseguiu a reintegração de posse. Contudo, em 1995 os sem-teto invadiram novamente o imóvel, ainda abandonado pelo governo e já completamente dilapidado. A via-crúcis do casarão só terminou em 2001, com a reintegração definitiva, tendo sido retiradas na ocasião nada menos que 400 (!) pessoas. O imóvel foi então cedido à FPHESP, que deu início às obras de restauração para transformá-lo em sua nova sede, não sem antes enfrentar uma enorme série de percalços, entre os quais novas ameaças de invasões. Para iniciar os trabalhos, foi necessário primeiramente remover toneladas de lixo e escombros, e resolver o problema da verdadeira praga bíblica de ratos que infestava o imóvel.

Fonte: Piratininga.org

Casa do Santos Dumont, 2006 - Museu da Energia - Campos Elíseos - SP

Santos Dumont em sua casa no bairro de Campos Elíseos - SP (reprodução)
Santos Dumont e família na residência de Campos Elíseos
Fotos: Hélio Bertolucci Jr. por ocasião da inauguração do Museu da Energia - 2006


Visualizar Casas históricas paulistanas em um mapa maior (Mapa da região - Google Street View)


Visualizar Casas históricas paulistanas em um mapa maior

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Casa do poeta Guilherme de Almeida, Perdizes



Fonte
A residência do escritor paulista e de sua esposa, Baby Barrozo de Almeida, concluída em 1946, foi adquirida pelo Estado na década de 1970, e aberta como museu em 1979, com o nome de Casa Guilherme de Almeida. Localizado na Rua Macapá, o museu – um caso raro de museu-casa biográfico e literário – mantém preservadas as características essenciais da antiga residência: nela se encontram os pertences do casal, que incluem um importante acervo artístico, assim como móveis e objetos decorativos, além de um igualmente importante acervo bibliográfico. A Casa conserva todo um contexto histórico-cultural resultante da interação do poeta com seus companheiros do movimento modernista e com todos os outros artistas e intelectuais com quem conviveu durante sua vida de intensa participação na vida social, cultural e política da cidade, do estado e do país.



Endereço: Rua Macapá, 187 (reaberto 11/12/10)
Tel. (11) 3673-1883 / 3868-4128
Informações: http://www.casaguilhermedealmeida.org.br/

Fonte texto 



 

Guilherme de Almeida, sua esposa Baby Barrozo do Amaral e seu filho Guy, 1938. Fonte: Pró Memória Campinas



Visualizar Casas históricas paulistanas (Vista da região - Google Street View) em um mapa maior



Visualizar Casas históricas paulistanas em um mapa maior

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Palacete do ex-presidente Rodrigues Alves, Higienópolis


Exibir mapa ampliado (Vista da Região - Google Street View)


 Marco da elite cafeeira paulista do século passado, um casarão construído entre os anos de 1910 e 1918 na esquina das ruas Piauí e Itacolomi, no bairro de Higienópolis, agoniza há sete anos à espera de nova finalidade. O imóvel, que já foi propriedade da famíla do ex-presidente Rodrigues Alves (1902-1906), é um dos últimos exemplares da arquitetura dos palecetes do período de ouro do café.

Até 2003 abrigou a sede da PF (Polícia Federal). Entre os presos famosos que passaram por lá estão o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto e o mafioso italiano Tommaso Buscetta. Mas, após a mudança da PF para a Lapa, o casarão, tombado pelo patrimônio histórico, entrou em um período de abandono e degradação.

Em 2004, a Polícia Militar tentou transferir para o casarão um de seus batalhões, mas a ideia não prosperou. Também foi cogitada a abertura ali de um museu de arquitetura. Hoje, a garagem é a única área utilizada do casarão. Vizinhos do prédio utilizam as vagas e ainda contam com seguranças, que tomam conta do espaço dia e noite.

Procurada, a PF informa que não tem nenhuma ligação com o local desde a mudança. Segundo o órgão, a administração do espaço foi devolvida ao INSS (Instituto Nacional de Previdência Social ), proprietário do imóvel desde a década de 1990.
O INSS, por sua vez, afirma que a situação só será resolvida ao final de uma disputa judicial que já dura 17 anos. O problema é que o INSS vendeu o casarão à construtora Encol.

Em 1997, a construtora pediu concordata, sem quitar o pagamento. O INSS, então, entrou na Justiça para retomar o imóvel, mas a questão segue sem decisão.

O INSS diz que paga a segurança do local, privada, mas não quis informar quanto gasta por mês. De acordo com o instituto, “não há nenhum projeto previsto para o local enquanto a questão estiver na Justiça. Ele continuará fechado”, informa o
órgão.


 Fonte: eBand/Metro

Quem foi:
Francisco de Paula Rodrigues Alves (Guaratinguetá, 7 de julho de 1848 — Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 1919) foi um advogado, político brasileiro, Conselheiro do Império, presidente da província de São Paulo, presidente do estado, ministro da fazenda e quinto presidente do Brasil.

Governou São Paulo por três mandatos: 1887 - 1888, como presidente da província, e como quinto presidente do estado de 1900 a 1902 e como nono presidente do estado de 1912 a 1916.
Rodrigues Alves foi o último paulista a tomar posse como presidente do Brasil. Foi eleito duas vezes, cumpriu integralmente o primeiro mandato (1902 a 1906), mas faleceu antes de assumir o segundo mandato (que deveria se estender de 1918 a 1922).



Da esquerda para a direita: Oscar Rodrigues Alves, Isabel Rodrigues Alves, Maria Rodrigues Alves. Conselheiro Francisco de Paula Rodrigues Alves, Zaïra Rodrigues Alves e capitão Eduardo Lejeune (ajudante de ordens). Arquivo da Família Rodrigues Alves. Autor desconhecido. 1913





Visualizar Casas históricas paulistanas em um mapa maior