Mais fotos do Casarão, por Viviane Shinzato
O Casarão do Anastácio foi
erguido onde havia uma casa de taipa em pilão, que pertenceu à Marquesa de
Santos.
Ela, nascida Maria Domitila
de Castro Canto e Melo, virou marquesa após se tornar mulher de Dom Pedro 1, a
quem conheceu poucos dias antes da declaração da Independência do Brasil, em
1822. Anos depois, ela foi mulher do coronel Anastácio de Freitas Trancoso, que
se destacou na vida social e política de São Paulo no século 19. Em 1856, foi
vendido ao brigadeiro Tobias de Aguiar e à sua mulher, a marquesa de Santos.
A fazenda do Anastácio está
envolvida na história de São Paulo por via da Marquesa principalmente por
compor o que hoje seria um reduto de Quilombo por honra de Domitila já que,
segundo recentes descobertas, uma parte da região é composta por moradores que
na sua origem poderiam ser protegidos da ilustre proprietária.
Já que as terras da marquesa
eram imensas e com certeza na sua origem delimitavam alguns bairros atuais da
região. Domitila ao que se sabe era, além de abolicionista, admiradora da
cultura afro-brasileira. Foi muitas vezes flagrada a “pitar” com os escravos
que protegia. Embora sua construção não seja remanescente do século dezoito
deveria, por história da região, fazer parte do itinerário histórico com
restauração e preservação.
Com a morte dos dois, os
herdeiros venderam a área ao frigorífico da Companhia Armour do Brasil, que fez
a edificação. Em 1920 a construção
recebeu a fachada atual em estilo chamado missões ou hispânico para servir o
Club House do frigorífico Armour como local de lazer e recreação para os
funcionários desta empresa.
background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">O Casarão do Anastácio, que
tem 92 anos, já serviu de hospedaria e lugar de criação e treinamento de
cavalos. Quase foi incorporado a um parque municipal.
O atual proprietário -, a
incorporadora norte-americana Tishman Speyer
- prometeu transformar o imóvel em um centro cultural público.
Tombado Casarão do Anástácio - Estadão